Cercado por seguranças, jornalistas e uma multidão de fãs, Joseph Jackson, de 84 anos, pai de Michael Jackson, esteve no Brasil para divulgar o livro “O que realmente aconteceu a Michael Jackson – o lado obscuro da indústria do entretenimento” (Mundo Editorial). Na segunda-feira (29), ele foi a um shopping da capital paulista para uma sessão de autógrafos ao lado do autor do livro, Leonard Rowe, produtor de shows do Jackson Five e da carreira solo de Michael Jackson (1958-2009) durante 30 anos.
De acordo com o livro de Rowe, Michael teria sido morto por conta de interesses comerciais. Segundo ele, o testamento que foi entregue à família depois da morte do astro em junho de 2009 é falso. “Foi assinado num dia em que Michael não estava em Nova York, e os nomes dos filhos não estão escritos corretamente”, disse Rowe.
Essa teoria, no entanto, ainda gera controvérsias entre os fãs e a imprensa. Mas não controvérsias maiores que a própria figura de Joe Jackson. A imagem do pai do rei do pop foi construída a partir das declarações de Michael sobre as duras surras e os abusos psicológicos que sofria para ensaiar e se manter na linha. Essa descrição, porém, não condiz com o comportamento aparentemente sereno de Joe agora. Olhando nos seus olhos calmos e ouvindo sua voz, que de tão baixa chega a ser imperceptível em alguns momentos, é difícil dizer que o pai está se aproveitando do enorme legado do filho para ganhar mais algum dinheiro. Joe Jackson afirmou que, tanto quanto os fãs, ele busca por justiça. Mas é inegável que essa busca também engorda a conta bancária: segundo a editora do livro, mais de um milhão de cópias ao redor do mundo foram vendidas.
O trauma da violência doméstica, que levou Michael a tirar seu pai do testamento e afastá-lo das decisões da sua carreira assim que pôde, não parecia incomodar os fãs brasileiros, felizes de estarem perto de alguém próximo ao ídolo. No lugar de Michael, Joe Jackson recebeu o amor órfão dos seguidores do filho. Vestido com extravagância, como de costume, de preto e com cordões de ouro (um deles com o mapa do Brasil), atendeu a todos os pedidos de foto e assinou cerca de 200 livros durante duas horas e meia.
“Quando Michael morreu, eu estava super feliz porque tinha tudo pronto para ver o show This is It em Londres, ingressos e passagens pagas. Foi um golpe forte. Agora estou aqui, apesar de saber dos abusos do pai dele, só para estar perto de alguém que esteve com Michael e o conheceu de verdade”, afirmou o auditor Thiago Cosme de Brito, de 29 anos, que chorou ao ver o senhor Jackson pessoalmente.
Após a sessão de autógrafos, Joe Jackson conversou com ÉPOCA em um jantar. Ele contou sobre a sua vontade de buscar justiça, a sua relação com os netos e seus planos para o legado de Michael Jackson.
ÉPOCA – Por que o senhor decidiu apoiar e divulgar um livro sobre a morte de seu filho?
Joe Jackson – Eu quero que o mundo todo saiba a verdade sobre o que aconteceu com o meu filho. E o modo de contar foi levando isso aos veículos de impressa para que eles divulgassem isso por todas as partes.
ÉPOCA – Acredita mesmo que haja uma conspiração feita pela gravadora do astro, a Sony, e a AEG, administradora de sua carreira?
Jackson – É claro que sim. Isso foi o que Michael nos contou. Ele ligou para a sua mãe, um mês antes de sua morte, dizendo que iam matá-lo pelos direitos que ele tinha sobre o catálogo de música dos Beatles e de Elvis Presley. Michael tinha muito poder e influência no mundo do entretenimento.
Fonte: Revista Época e Blog do Tony Ramos
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